Thursday, February 5, 2009

Num quarto escuro, bem alto.

Conheçem aquele livro que ostenta na capa "1000 records you have to hear before you die"?
Pois não menciona o Spirit of Eden...Talvez por ser um disco imortal? Hhmmm...deve ser.
Quem gosta de música, seja porque raio de motivo for, tem obrigatoriamente de o ouvir de uma ponta á outra, sem interrupções. Porque ele é assim, urgente ainda, vinte anos depois da sua concepção.
Depois, devagarinho, quando começarem a ser consumidos por esta música que soa a muito e a nada, barulho e silêncio, tempestade e bonança, crescerá a curiosidade de ouvir o Colour of Spring (este sim, mencionado no livro) e o canto do cisne, Laughing Stock. Ah e o Mark Hollis a solo, talking about dynamics.
Não se preocupem, nenhum vos desiludirá. Palavra.

"It simply sounds like no other record ever released." - BBC.com
(como se fosse preciso a BBC para o confirmar)





PS: Se quiserem ler alguém a escrever a sério sobre o que é este disco leiam este artigo.

"These are just my thoughts as I stand now. My love affair with this beautiful and vatic record is fresh, and like all youthful suitors I will tend to idolise and revere the object of my passion, to read too much into its gestures and motions, to ignore the world outside for a while; and yet I know that there are still many things to be found within the minutes of this record, in its antecedents and heirs, its sources and resonances. "

2 comments:

Réprobo said...

É incrível como descobri este disco só há dias pois tenho 46 anos e creio ter seguido quase toda a onda Punk e Pós Punk e talvez pelo descrédito em que a então chamada 'New Wave' descambou no final dos anos '80 (vd. Simple Minds; etc) sempre achei os Talk Talk e Mr. Mark Hollis como mais uma banda de sinth electro pop na esteira do mais comercial da minha banda favorita. Tenho que dar a mão á palmatória aos 40 e tal anos.
Afinal que seriam os Radiohead pós Ok Computer, tenho em crer, se não tivessem andado a ouvir os últimos álbuns destes senhores ?
Será talvez lamentável que o Mark Hollis tenha semeado aquilo que Thom York y Sus Muchachos têm vindo tão habilidosamente a colher ... ;-)

Pedro Bessa said...

Sim, julgo que grande parte da música dos anos 90 na sua vertente mais Pós-Rock e Experimental deve muito, mas mesmo muito, a Tim Friese-Greene e Mark Hollis. Os Radiohead seriam pura e simplesmente uma banda a piscar o olho ao Grunge e ao Brit Pop ,como aliás o fizeram no primeiro disco.
Embora os primeiros Talk Talk sejam discos de Synth Pop relativamente banais a partir de Colour of Spring (e da entrada em definitivo de Friese-Greene) é que a magia verdadeiramente começa.
Pena que Mark Hollis tenha decidido retirar-se do Music Business há dez anos, mas honestamente não o consigo censurar! Um dos poucos artistas que merecem ser chamados de "artista"...